terça-feira, 15 de março de 2016

CAFÉ

O cafeeiro (Coffea sp.) é um arbusto da família Rubiáceas, do qual se conhecem 103 espécies. A partir das sementes contidas no fruto da planta se prepara a bebida conhecida como café, além de outros produtos estimulantes.

O café é originário da região da atual Etiópia, sobretudo nas partes mais altas, sendo possível que a planta existisse, in natura, também no atual Sudão e no Quênia.

Parece que diversas tribos africanas conheciam o café desde a antiguidade e costumavam moer seus grãos para fazer uma pasta utilizada para alimentar os animais e aumentar a força dos guerreiros.

Uma lenda árabe, surgida ao redor do ano 800 DC, conta que um pastor chamado Kaddi (ou Kaldi), enquanto estava com um rebanho de cabras perto da cidade iemenita de Moka, percebeu que suas cabras ficavam mais agitadas e saltitantes após comerem os frutos avermelhados de uma planta que se encontrava na região. O pastor informou deste fato curioso o monge Yahia, dono do rebanho, o qual resolveu botar fogo nas plantas. Logo depois, porém, percebeu que das bagas queimadas estava saindo um cheiro agradável, resolveu então tentar salvar as bagas jogando-as na água... e foi assim que descobriu a bebida do café, com a qual ele e os demais monges podiam ficar acordados a noite toda rezando.

Seu cultivo iniciou primeiro por iniciativas dos árabes, introduzido provavelmente por escravos ou prisioneiros, em cuja civilização a bebida café virou de uso comum. O Iêmen foi um centro de cultivo importante, de onde se propagou pelo resto do mundo Árabe.
O conhecimento dos efeitos da bebida disseminou-se e, no século XVI, o café era utilizado em todo o oriente e foi torrado pela primeira vez na Pérsia.
A bebida foi chamada “kahweh”, que significa força, vigor ou ainda excitação.

Os árabes tentaram manter a exclusividade, por terem sido os primeiros a cultivar o café. Era proibido que estrangeiros se aproximassem das plantações. A semente de café fora do pergaminho não brota, portanto, somente nessas condições as sementes podiam ser vendidas para fora.
Na época, além do uso como bebida, o café era usado também na medicina para a cura de diversos males.
Da península árabe o café foi levado primeiramente para o Egito no século XVI e logo depois para Turquia. Na Europa, no fim do século XVII, foi introduzido na Itália, através de Veneza, e depois na Inglaterra.
Por ser considerada uma bebida ligada aos muçulmanos demorou em ser aceita no mundo cristão.
Ao redor de 1640, em Veneza (por causa de seus comércios com o mundo otomano), abriu a primeira cafeteria da Europa. Em 1652 foi a vez da Inglaterra, por obra de um empreendedor de origem turca. Paris inaugurou sua primeira casa de café em 1672.

Foram os holandeses que conseguiram as primeiras mudas e as cultivaram nas estufas do jardim botânico de Amsterdã. Com o intuito de evitar pagar os altos custos do monopólio árabe, os Europeus iniciaram a cultivar a planta em suas colônias tropicais, a partir do fim de 1600.
Seguindo os colonizadores e os mercantes pelo mundo o café chegou a Java e ao Ceilão, na Ásia, e logo depois, por iniciativa da Companhia das Índias Ocidentais (holandesa), o café foi introduzido no Novo Mundo, espalhando-se nas Guianas, Martinica, São Domingos, Porto Rico e Cuba. Gabriel Mathien de Clieu, oficial francês, foi quem trouxe para a América os primeiros grãos.
Ingleses e portugueses, até então, tentaram cultivar o café sobretudo nas zonas tropicais da Ásia e da África.
Em 1727, o sargento Francisco de Melo Palheta, recebeu do governador do Estado do Grão-Pará a missão de conseguir mudas de café para serem plantadas no Brasil. Para isso, fez uma viagem à Guiana Francesa e lá se aproximou da esposa do governador da capital Caiena. Conquistada sua confiança, conseguiu dela uma muda de café-arábico, que foi trazida clandestinamente para o Brasil.

Das primeiras plantações na Região Norte, mais especificamente em Belém, as mudas foram usadas para plantios no Maranhão e na Bahia, na Região Nordeste.

Entre 1800 e 1850 iniciou o cultivo na Região Sudeste (Rio de Janeiro, depois São Paulo e Minas Gerais), onde as condições climáticas eram mais favoráveis e a produção demonstrou ter muito melhores resultados.

Durante muitos anos o Brasil foi o principal produtor de café, sendo responsável por mais de 50% da produção mundial. Hoje o Brasil continua sendo o maior produtor, mas sua participação no mercado mundial caiu muito. Países como Vietnã, Colômbia e Indonésia tem sua produção de café em franco crescimento e concorrem ativamente no mercado.

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