terça-feira, 15 de março de 2016

TOMATE

O tomate é o fruto da planta Solanum Lycopersicum, da família das Solanáceas.
Sua origem, como planta selvagem, é colocada na região norte-oeste da América do Sul, onde hoje ficam o Equador e parte da Colômbia. Daí se difundiu na América central, onde iniciou a ser domesticada, cultivada e usada como alimento por povos da Mesoamérica (em particular os Astecas e Maia, mas também os Incas na região andina). Sabe-se que, em 500 AC, os tomates já eram cultivados no sul do atual México. Os primeiros tomateiros produziam frutos pequenos, mais parecidos com os tomates cereja de hoje.

Não se sabe ao certo quem levou o Tomate para a Europa, pode ter sido o próprio Cristóvão Colombo (o navegador genovês que descobriu a América por conta da corte espanhola em 1492) ou ainda o conquistador Hernán Cortéz, logo depois de ter conquistado e destruído o império asteca em 1521.

Após a colonização espanhola das Américas, os espanhóis difundiram o cultivo do tomate em suas colônias na região e também levaram a planta para as Filipinas (uma de suas colônias na época), de onde se espalhou para o sudeste da Ásia e, em seguida, para todo o continente asiático.

Inicialmente o tomate era tido como venenoso pelos europeus e considerado somente uma planta ornamental. Isso, possivelmente, por ser confundida com a beladona ou com a mandrágora (da mesma família), que produzem um veneno mortífero e eram conhecidas naquela época por serem usadas em remédios e em feitiçarias. As flores de ambas são semelhantes aos do tomateiro e os frutos parecem pequenos tomates.

Em 1544 o monge e botânico Pietro Mattioli estudou a planta e a classificou, em seu “herbarium”, como uma planta rara e ornamental, possivelmente da mesma família das berinjelas e própria para horta botânica, chamando-a de “Mala Aurea”, ou seja, maça de ouro (de onde vem o nome italiano “Pomodoro”), por causa de sua cor amarela (que, na época, era a cor predominante dos tomates).
Em outras línguas o nome da fruta tem sua etimologia ligada à palavra asteca “xitotomate” ou a palavra “tomatl” na língua Nahuatl.

A planta se adaptou muito bem ao clima mediterrâneo, e era cultivada em diversas partes da Europa, especialmente na Itália, sul da França e Espanha.

Não se sabe ao certo quando iniciou a ser usado como alimento pelos Europeus, existem indicações raras e pouco confiáveis de seu uso já ao longo de 1500. Registros certos de seu uso como alimento somente aparecem no início do século XVII, na Espanha. O mais antigo texto com receitas usando o tomate foi publicado em Nápoles em 1692, embora o autor, aparentemente, tinha obtido estas receitas a partir de fontes espanholas.
Em certas áreas de Itália, no entanto, a fruta foi usada apenas como ornamento até o fim do século XVII e inicio do século XVIII, quando foi incorporada a cozinha local.
No século XVIII seu uso como alimento era difuso em toda a Europa, inclusive a Inglaterra e países do norte, tanto como fruta fresca quanto para fazer molhos cozidos.

Nos Estados Unidos, o tomate foi considerado venenoso até o ano de 1820, quando o coronel Robert Gibbon Johnson subiu nas escadarias da prefeitura de Salem em New Jersey e comeu publicamente uns tomates inteiros, sem morrer, o que colocou um fim aos preconceitos americanos sobre o tomate.

No Brasil, apesar de existir desde o século XVI, o tomateiro não foi cultivado de forma extensiva até a chegada dos imigrantes italianos, no início de 1900.

Em 1800, na Itália, o cultivo do tomate passou a ser comum entre agricultores e entrou com força para a economia de mercado e para a culinária da região.
O cozinheiro napolitano Ippolito Cavalcanti, em seu livro “Cozinha Teórico-Prática” de 1839, descreve o molho de tomate afirmando que acreditava que este iria virar o condimento ideal para a massa de grão duro.

Foi provavelmente na fábrica de Francesco Cirio, na região de Piemonte, que iniciou a produção de conservas de tomate no fim do século XIX.  A primeira produção de um derivado do tomate estabilizado foi em 1888, quando Brandino Vignali abriu uma fábrica, na região de Parma, para produzir extrato de tomate, segundo uma receita derivada das praticas camponesas da região. Em 1910 já existiam 36 fábricas de “conservas de tomate” na região de Parma.
No mesmo período, na região de Nocera, ao sul de Nápoles, estava sendo desenvolvida a técnica de conservação de tomate “pelati”, mais idônea para o tipo de tomate longo e liso, cultivado naquela área.

Mais de um bilhão e meio de toneladas de tomates são cultivadas e vendidas ao redor do mundo anualmente. Os maiores produtores da fruta são os Estados Unidos, Itália, China e Turquia. O maior fabricante de molho de tomate é a Itália.

Nenhum comentário:

Postar um comentário